Testamos a Orbea – Um verdadeiro olé
Um verdadeiro Olé dos espanhóis. Valente como um touro, leve como uma pluma.
Testamos a Cross Country top de linha da Orbea (lê-se Orbéa), modelo ALMA M Limited com rodas 27,5”, uma máquina leve e afinada, que tira de letra subidas e obstáculos com facilidade.
Diferente das bikes com rodas 29”, que demoram um pouco para embalar, a 27,5 da Orbea acelera muito rápido e devora literalmente subidas e trilhas técnicas, facilitando a vida do ciclista. A traseira ligeiramente mais curta, deixa a bike mais obediente nas manobras e puxadas de frente, quando tiramos a roda dianteira do chão para transpor alguma dificuldade.
O conceito da Orbea com relação ao tamanho das rodas está relacionado ao tamanho do usuário, por exemplo para uma pessoa alta, a bike 29”, se o ciclista é menor que 1,80m, usa uma bike 27,5. Dessa maneira, ninguém fica em posição incômoda em cima da bicicleta achando por exemplo que ela é longa demais, no caso dos ciclistas de baixa estatura, ou ficar encolhido entre o selim e o avanço, no caso dos ciclistas altos!
O desenho do quadro foge um pouco do modelo diamante, os engenheiros da marca criaram um sistema chamado 4×4, que não utiliza o tradicional triângulo dianteiro, mas sim um quadrilátero convexo, conseguindo dessa maneira um pouco de flexão entre os tubos do canote de selim (Seat Tube) e o tubo superior do quadro (Top Tube), trazendo mais conforto ao ciclista que não sente tanto as irregularidades do piso.
O quadro é produzido com fibras inteiriças, não apenas no encontro dos tubos, mas em todo o perímetro, evitando fragilidades provenientes das emendas nas conexões entre as partes. Os conduites de cabos de câmbio são embutidos (Direct Cable Routing), fazendo caminhos que deixam os acionamentos até 25% mais macios e a prova d’água.

Na visão lateral é possível identificar a forma do quadrilátero onde normalmente vemos um triângulo.

Na construção são utilizados segmentos de fibra de carbono contínuos, evitando emendas na conexão dos tubos.
A suspensão escolhida foi a Fox Float Fit iCD Kashima, eletrônica, modelo que vem sendo estudado e desenvolvido desde 2010. O controle remoto ocupa apenas 10 milímetros de espaço no guidão, sem ficar em posições perigosas, com risco de bater o joelho, e possui uma chave deslizante simples em forma de anel para ser acionado com o polegar independente do lado que esteja instalado, e ela libera ou bloqueia o amortecimento com um toque de dedo, e emite o som do servo elétrico que bloqueia a passagem de óleo.
O sistema eletrônico requer apenas dois fios para operar a suspensão, com visual mais limpo e leve do que um sistema remoto acionado por cabos. A bateria fica alojada no final do canote de selim (interna), com fiação embutida, e a carga é reposta plugando o conector elétrico no módulo fixo sob o avanço do guidão, e o setup de regulagens e reações de uso é acessado conectando o módulo no computador.

Para travar a suspensão é só deslocar o interruptor para frente, a indicação da trava é feita por um led.

Dois fios saem da cabeça da bengala direita, um entra no quadro e vai até a bateria, o outro vai até a caixa de comando.

Para recarregar a bateria, use o plug USB no computador ou com adaptador para tomada. Os ajustes são programados ligando o módulo ao computador.
Pedalando
Após alguns minutos já estamos a vontade e mais soltos na bike, e começam os “abusos”, saltos, subidas íngremes, subidas técnicas com dificuldades de aderência, etc. Os pneus de grande dimensão ajudam nas raízes e erosões, tracionando bem nas curvas fechadas em marcha reduzida, onde normalmente patina, mas com uma pequena variação da postura, o centro de gravidade muda e a tração é conseguida.
Os freios são eficientes e moduláveis, a pequena manete de fibra de carbono one finger é confortável e leve, como tudo na bike, em cada detalhe observa-se o capricho e o esforço para montar uma bike leve e resistente, colocando os melhores componentes, resultando em uma XC de 9.1kg.
Rodas Crossmax SLR de 20 raios, combinando leveza, design e resistência, e componentes estruturais como avanço, guidão e canote de selim em fibra de carbono fazem sentido quando levantamos a bike do chão, é leve!

Para garantir maior resistência e ausência de vibrações, a pinça traseira fica entre os tubos, e é do tipo Post Mount, fácil de regular.
A transmissão XX1 de 11 velocidades, com volante de 30 dentes no pedivela e conjunto cassete de 11 a 42 dentes faz bonito nas trilhas, futuramente testaremos no estradão para sentir se a relação é compatível com treinos e provas longas, por estradas planas e subidas longas.
Quem procura uma XC atual, leve e cheia de detalhes especiais, pode contar com a criatividade e conhecimento dos espanhóis, que demonstram nesse modelo que tecnologia e arte podem andar ou voar juntos, dependendo de quem está montado.
Bom Pedal!
Marcos Tadeu Furlan
Edu boa tarde, sou estudante de engenharia mecânica e ciclista de final de semana, estou terminando o curso e vou fazer meu tcc sobre os diferentes diâmetros de rodas de mtb. Você poderia me ajudar de alguma forma me indicando algum livro ou artigo que fale da história da bicicleta e também desta parte sobre a questão da diferença dos diâmetros, qual ganho de uma para outra?
Grato
Marcos Tadeu Furlan
Edu Capivara
Olá Marcos, tudo certo?
Tenho algumas informações que podem te ajudar, me procure mais no fim do mês, estamos indo para a Interbike hoje.
Com mais tempo, separo os artigos e referências para você.
Abraços;
Edu Capivara
Wagner Roque
Olá Edu, excelente matéria, parabéns! Que bike Monstro, em todos os sentidos.. inclusive no preço, bem salgada para nós mortais! Mas um verdadeiro deleite para quem ama bicicleta! Fique todos em paz!
Felipe Bastos
Embora me agrade muito a ideia de um dia andar numa bike de carbono, ainda tenho meus receios. Sei que não quebra tanto quanto alguns terrorizam por aí, mas tenho receio. Vou ficar no alumínio por enquanto
Agora que essa bike aí é de primeira… se eu ganhasse uma, não negava e andava nela todo dia xD
Alessandro
Boa tarde edu, gostaria de saber se vcs sabem onde encontro aquele conduite transparente de teflon fino, que vai dentro do outro conduite, que a orbea alma utiliza. Obrigado.
Edu Capivara
Oi Alessandro, não sei tem isso no brasil, também precisei e não achei, acabei trocando o conduite todo.
Talvez em uma loja especializada em mangueira tenha algo assim, teria que procurar na Rua Florêncio de Abreu no centro de SP.
Conduites da Shimano, Jaguire e Bengal funcionam bem com cabos de aço revestido em Teflon.
Abraços;
Edu Capivara
Alessandro Rodrigues de Morais
ok, obrigado